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Avaliação

Deixe os Homenzinhos Azuis se Afogarem feature
2023.06.12

Deixe os Homenzinhos Azuis se Afogarem

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Depois de um hiato de uma década, James Cameron finalmente nos presenteou com a sequência de seu revolucionário filme, Avatar. O filme original explodiu nos cinemas, provocando um voo–de-galinha de tecnologia 3D, mas que deixou os espectadores boquiabertos. Esta sequência, no entanto, parece mais um balão murchando.

Tive o prazer de assistir Avatar: O Caminho da Água no conforto da minha sala de estar - certo, sem óculos 3D, sem som surround, apenas as falhas gritantemente óbvias do filme em sua forma bruta. Em retrospectiva, posso dizer com confiança que assistir a esta sequência foi um desastre na certa. Felizmente, não contribuí financeiramente para o espetáculo da decepção.

Antes de mergulhar na crítica, vamos tomar um momento para reconhecer que esta sequência faz parte de um arco de mais de cinco filmes. Dada a qualidade deste, a perspectiva de assistir a outros três ou mais filmes Avatar parece mais uma ameaça do que uma promessa.

Personagens de Novela Mexicana

Se o carisma fosse uma moeda em Pandora, os personagens estariam na miséria. Os que retornam, que já não eram particularmente interessantes para começar, agora foram relegados para o banco de reservas, sua presença é tão significante quanto um figurante em uma novela mexicana. Pobre Zoe Saldaña que se viu nadando em um tanque para filmar cenas que acrescentaram tanto à trama quanto um grão de areia a uma praia.

Dizer que o elenco está inchado seria um eufemismo. Há mais personagens aqui do que estrelas no céu noturno de Pandora. Nosso protagonista, Jake Sully, é agora o pai de quatro filhos. O rei local tem uma prole de três. Há uma criança Tarzan correndo por aí, e os vilões consistem em uma general feminina sem nome e um durão renascido cujo desenvolvimento de personagem é tão plano quanto uma pizza.

Alguém poderia argumentar que ter uma miríade de personagens oferece diversidade e profundidade. No entanto, os nativos se confundem em uma única massa homogênea de seres seminus de pele azul e verde. Há pouca diferenciação entre eles, tanto visualmente quanto em termos de personalidade.

Os arcos dos personagens, se é que podemos chamar assim, são tão irrelevantes para a trama. Esses dilemas pessoais poderiam ter fornecido uma profundidade ótima para os personagens, mas em vez disso, parecem distrações deslocadas no grande esquema da narrativa do filme. Eles começaram a dirigir um épico de ficção científica e decidiram transformar a sequência em um drama adolescente com orçamento de Hollywood.

Histórias para 1001 Noites

O Avatar original, ame-o ou odeie-o, tinha um tema claro. Era essencialmente uma nova versão de Pocahontas no espaço - o que não é necessariamente uma coisa ruim. Ele tinha uma narrativa simples e direta com uma mensagem clara. A sequência, em contraste, carece de tal clareza.

A estrutura narrativa se assemelha a um quebra-cabeça montado às pressas com peças emprestadas de várias outras caixas. Uma parte significativa da trama é dedicada aos personagens aprendendo novas habilidades a um ritmo implausível. Se você achou que Neo aprendendo Kung Fu em The Matrix esticou a credulidade, prepare-se para ver personagens aprendendo a um nado de super-herói, voar sobre dragões e caçar monstros únicos a uma velocidade que de dar inveja aos cursos de inglês total em 3 semanas do Instagram.

Subtramas abundam nesta sequência, mas estão tão desconectadas da narrativa principal quanto as inúmeras luas de Pandora. Para citar alguns:

  • Há uma história sobre as lutas adolescentes de aceitação, completa com xingamentos e brincadeiras de escola;
  • Há a subtrama do filho tentando provar a si para seu pai que ecoa ‘O Rei Leão’ da maneira mais desinspirada possível;
  • A criança druida que pode se comunicar com a Mãe Natureza de Pandora;
  • O garoto Tarzan com problemas não resolvidos com seu pai;
  • E o retorno de Free Willy;

Elas fornecem tanto valor à história quanto uma quinta roda a um carro.

A quantidade de subtramas é rivalizada apenas pelo grande número de personagens, e eles contribuem coletivamente tanto para a história principal quanto um único floco de neve para uma avalanche. No final, estamos exatamente onde começamos: os humanos perderam algumas tropas mais descartáveis, mas ainda possuem um arsenal do tamanho da Estrela da Morte. Os Na’vi continuam em perigo, Pandora continua em perigo e nós, o público, ainda estamos dando dinheiro a eles.

Cameron parece ter mudado a mensagem ecológica: sai o mineral único encontrado em Pandora (uma premissa desconfortavelmente próxima à de “Duna”), entra uma espécie de óleo de baleia que cura o envelhecimento, que parece ser uma crítica não tão sutil à indústria farmacêutica. No entanto, esta mudança de foco narrativo parece mais uma distração do que uma progressão significativa da trama, adicionando mais uma camada de confusão a uma história já confusa. Tudo isso nos deixa com a pergunta persistente: Qual era o ponto de tudo isso de novo?

A única personagem minimamente interessante

National Geographic

Finalmente, vamos abordar o elefante na sala. Quando o Avatar original estreou, ele inaugurou uma revolução em 3D que se esperava redefinir o cinema. No entanto, em retrospecto, essa revolução muito divulgada parece ter sido mais uma modinha do que uma mudança de paradigma duradoura. Muito parecido com a tecnologia 3D do primeiro filme, o visual não deixa uma impressão duradoura.

Embora o filme se esforce para oferecer uma representação do Discovery Channel de Pandora, ele acaba ficando aquém. As extensas cenas de contemplação não têm o impacto que claramente se pretende ter. Elas parecem mais uma tentativa pretensiosa de nos fazer maravilhar com o mundo alienígena exótico, em vez de servir como uma parte integrante da narrativa.

Em comparação com o primeiro filme, a paisagem visual da sequência é surpreendentemente sem graça. As ilhas flutuantes, repletas de uma paleta vibrante de cores e uma variedade diversificada de flora e fauna, fazem muita falta. É uma regressão para o azul e as baleias.

A música e a trilha sonora são tão memoráveis quanto uma flor esqueça-me-não deixada em um quarto escuro. Embora a música desempenhe um papel crucial na criação da atmosfera e do clima de um filme, a trilha sonora é totalmente dispensável. Você consegue lembrar alguma das músicas? Ela nem melhora a experiência de assistir, nem deixa uma impressão duradoura. Em um filme cheio de som e fúria, a música é um sussurro que não consegue se fazer ouvir.

Finalmente, O Fim (Por Enquanto)

Avatar: O Caminho da Água conseguiu obter 4 indicações ao Oscar, uma queda notável das 9 indicações que o filme original recebeu. Foi, sem surpresa, não um concorrente sério para Melhor Filme e ganhou apenas um prêmio, na categoria mais óbvia e cara.

A sequência leva o público em uma jornada para lugar nenhum, passando por um labirinto de subtramas confusas e personagens mal desenvolvidos, apenas para nos deixar exatamente onde começamos. Sua história é tão fina que provavelmente poderia ser resumida no prólogo do terceiro filme, e infelizmente, isso não é um exagero.

Falando do terceiro filme, sim, ele é uma certeza, com Cameron prevendo um arco de cinco filmes para o universo Avatar. Se essa perspectiva excita ou assusta, você provavelmente dependerá de sua tolerância para a produção de caras e conteúdo duvidoso.

Se você está procurando o melhor de James Cameron, sugiro revisitar Exterminador do Futuro 2. Se é a mistura única de Cameron de storytelling e exploração oceânica que você deseja, Titanic é o seu destino. E se é puramente uma aventura subaquática que você deseja, não procure além da animação original A Pequena Sereia (fuja do remake).

No final, Avatar: O Caminho da Água parece uma mistura 50-50 de gráficos de computador e burburinho de marketing, com pouco do coração, alma ou storytelling que fazem uma experiência cinematográfica memorável. Apesar do hype e da construção de mundo inteiramente novo, ele deixa você se sentindo um pouco enganado. Só podemos esperar que os filmes seguintes tenham mais a oferecer.

Minha Nota: 4★★★★
Metacritic: 67
Livros de 2022 feature
2022.12.31

Livros de 2022

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Todo ano eu compilo uma lista (até este ano, somente em inglês) de jogos, livros e filmes/series que eu vi. Para a lista completa, veja a página de Ratings.

Continuo a ler (ouvir audiobooks na verdade) quase todos os dias nos últimos anos. Esta é na minha rotina diária quando passeio com os cães. É uma proposta bem diferente de deitar e dedicar algum tempo para lê-los. Eu gosto de uma tarefa secundária quando estou executando uma rotina simples, como… passear com os cachorros. Caso contrário, sinto que estou perdendo meu tempo apenas andando e não pensando.

Esta é a lista dos livros deste ano que devorei. Essas listas - definitivamente - não são completas. Como não estou atualizando meus registros pessoais do GoodReads nem escrevendo sobre eles neste blog, eles são apenas os que eu lembro. Posso editar este post se me lembrar de outros itens.

Este ano eu já compilei uma lista parcial em Julho, então nesta aqui estão só os livros do segundo semestre.

Ficção

  • The Silver Ships (9★★★★★★★★★) Outra ótima recomendação de Steve Gibson no podcast Security Now. O autor conta histórias de ficção científica com muitos detalhes sobre personagens e tarefas comuns. O protagonista é muito inteligente.
  • Libre (7★★★★★★★) O segundo livro captura um traço de caráter que sinceramente não gosto: sempre vencedor. Alex Racine enfrenta eventos raros e extremamente baixos e os supera diariamente. Por fim, comecei a me importar menos com ele porque sabia que muito pouco estava realmente em jogo. O ponto bom é o surgimento dos personagens de inteligência artificial.
  • Méridien (7★★★★★★★) SADEs (os personagens de inteligência artificial) brilham. O personagem principal novamente é muito poderoso/sortudo. A linha do tempo saltou vários anos no futuro, dando uma nova aparência para cada personagem.

Não Ficção

  • Mindset (5★★★★★) Pode-se resumir o Mindset em um único slide. As pessoas têm uma mentalidade fixa (acreditam que as pessoas não mudam, as coisas são o que são) ou uma mentalidade de crescimento (tudo está mudando e evoluindo, inclusive nós mesmos). É interessante, mas o livro é auto-indulgente (uma característica comum dos livros de auto-ajuda). Dweck repete seu mantra continuamente, explorando sua teoria em uma variedade de cenários. A maioria deles é ad hoc: ela justifica o já conhecido passado como a mentalidade das pessoas envolvidas foi A razão pela qual as coisas aconteceram como aconteceram.

Alguns livros para o próximo ano

(títulos em inglês)

  • Steve Jobs de Walter Issacson
  • How Democracies Die de Steven Levitsky, Daniel Ziblatt
  • The Law de Frederic Bastiat
  • Essays on Political Economy de Frederic Bastiat
  • Quiet de Susan Cain
  • Thinking Fast and Slow de Daniel Kadneman
  • Doomsday Book de Connie Willis
  • Sharp Objects de Gillian Flynn
  • Silver Ships 5-10 de SH Jucha
  • Mistborn 3-4 de Brandon Sanderson

Para mais livros, olher a lista dos meus livros lidos no GoodReads.

Wingspan feature
2022.11.29

Wingspan

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Os jogos da Stonemaier ficaram famosos quando o proprietário, Jamey Stegmaier, começou a postar no seu blog todos os aspectos de sua campanha no Kickstarter. As pessoas se sentiram confiantes com suas lutas, pensamentos e soluções.

Depois de algum sucesso, Stonemaier criou outro hit. Desta vez, o jogo não foi desenhado por Jamey, mas pela novata Elizabeth Hargrave. Wingspan (que está atualmente no nível mais alto no BoardGameGeek) permite coletar pássaros que fornecem poderes especiais, que se acumulam turno após turno. Comprei como presente de Natal para minha esposa no ano passado e se tornou um dos mais jogados de nossa coleção.

Ovinhos

Pontos Positivos

Componentes e arte, Deus do Céu, são todos de alta qualidade e adoráveis. O tabuleiro, as cartas, a torre de dados, os ovos… ohhh… nem fale dos ovos coloridos. A cor não tem nenhum significado de jogo, mas eles são adoráveis. As pessoas sempre reagem ao ver aqueles ovinhos.

O cuidado na criação de cada cartão de pássaro é surpreendente. O texto das cartas é rico em detalhes, e a maioria deles tem uma implicação real no próprio jogo. Tamanho da ave, padrão de reprodução, tipo de alimentação… tudo é baseado na realidade!

Existem pássaros objetivamente melhores do que outros, mas os objetivos e bônus externos podem aumentar a utilidade dos pássaros em cada jogo. Considerando também a quantidade de cartas, pelo menos por uma questão de rejogabilidade, é uma grande vantagem.

O valor central deste jogo é o mecanismo de engine building (efeito cascata). Cada vez que você pegar um novo pássaro, seus poderes serão usados nas rodadas subseqüentes. Assim, ao final da partida, alguns combos muito poderosos serão criados. É muito gratificante acionar um combo que gera vários pontos!

Componentes do wigspan

Pontos Negativos

Este jogo é um multijogador solitário: embora você possa manipular um pouco os recursos e as cartas de pássaros, é melhor forcar em “fazer o seu melhor”. Meus sobrinhos estavam vidrados o tempo todo, mas principalmente comentando sobre a aparência dos pássaros e imaginando seus próximos passos.

É muito difícil acompanhar os tabuleiros de outras pessoas. Portanto, é realmente difícil contra-atacar. Ninguém fará anotações mentais rastreando outros jogadores. Mas para quem realmente faz isso, pode representar uma grande vantagem estratégica.

As habilidades são divertidas, mas exigem muita leitura para serem compreendidas. Embora o texto não seja longo, a fonte é um pouco pequena.

A torre de dados, apesar de bonita, está sujeita a danos ao longo do tempo. Já não o utilizo nas minhas partidas, de forma a preservá-lo.

Componentes do wigspan

Minha Nota: 9★★★★★★★★★
Livros de 2022 (Até Agora) feature
2022.07.08

Livros de 2022 (Até Agora)

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Todo ano eu compilo uma lista (até este ano, somente em inglês) de jogos, livros e filmes/series que eu vi. Esta é a lista provisória destes ano.

Continuo a ler (ouvir na verdade) quase todos os dias nos últimos anos. Esta é na minha rotina diária quando passeio com os cães. É uma proposta bem diferente de deitar e dedicar algum tempo para lê-los. Eu gosto de uma tarefa secundária quando estou executando uma rotina simples, como… passear com os cachorros. Caso contrário, sinto que estou perdendo meu tempo apenas andando e não pensando.

Esta é a lista dos livros deste ano que devorei. Essas listas - definitivamente - não são completas. Como não estou atualizando meus registros pessoais do GoodReads nem escrevendo sobre eles neste blog, eles são apenas os que eu lembro. Posso editar este post se me lembrar de outros itens.

  1. Piranesi (9★★★★★★★★★): Piranesi mora num lugar fantástico e esquece tudo. Mas também anota tudo. Um grande mistério.
  2. O Poço da Ascensão (8★★★★★★★★): logo após os eventos do primeiro livro, os protagonistas agora precisam manter o poder que adquiriram. Fascinante.
  3. Roube Como Um Artista (8★★★★★★★★): ótimo livro curtinho sobre processo criativo. Ele incentiva as pessoas a avançar no trabalho criativo, desconsiderando o autojulgamento. Inspire-se e tente copiar o trabalho de outros para praticar e encontrar uma voz própria.
  4. Siga em frente (8★★★★★★★★): outro trabalho pequeno, mas muito motivacional, de Austin Kleon. Não pare de criar. Faça pequenos trabalhos iterativos até terminar.
  5. Mostre Seu Trabalho! (8★★★★★★★★): outro pequeno pedaço de Austin. Crie um blog, twitter, instagram, conta tiktok e mostre às pessoas no que você está trabalhando. Até mesmo coisas de hobbies, como esboços. Eventualmente, pode se tornar sua obra-prima.
  6. Parable of the Talents (8★★★★★★★★): a continuação do excelente Parable of the Sower (9★★★★★★★★★), mostra a protagonista e a história de sua filha, anos depois.
  7. The President Is Missing (7★★★★★★★): um thriller de cyber terrorismo. Altamente possível. Com dicas do mundo presidencial feitas por Bill Clinton!
  8. O Poder do Hábito (7★★★★★★★): um livro de auto-ajuda clássico moderno. Começa a pregar o poder de compreender e controlar hábitos. Ela exemplifica, capítulo após capítulo, os diferentes fatos de hábitos que interferem em nossa tomada de decisão. Muito bom.
  9. Different (7★★★★★★★): ensaio sobre a vantagem competitiva de ser diferente no mercado. Curiosamente, na segunda metade do livro ela reconhece que ser diferente pode não ser importante dependendo da situação e do mercado. Bom livro.
  10. Communication Skills Training (7★★★★★★★): discussão abrangente sobre habilidades de comunicação. Nada fantástico. Mas muito bom.
  11. Justiça (7★★★★★★★): vários aspectos filosóficos, situações e abordagens do que é justiça. No entanto, não apresenta respostas definitivas sobre nada.
  12. The 4-Hour Body (5★★★★★): várias dicas sobre treino, dieta e rotinas adequadas para obter o corpo que você deseja.
  13. 10X (4★★★★): jeito de falar de vendedores. Super agressivo, comportamento alfa sobre usar todo o seu poder e disposto a atingir metas e sucesso. Tentei focar as mensagens centrais e a motivação ocasional em suas palavras, mas é difícil não ficar chateado com a atitude dominante do macho alfa.
  14. Think Sex and Grow Rich (4★★★★): tenta vender a ideia de que somos movidos pelo sexo e devemos canalizar esse desejo constante para objetivos de negócios. Começa divertido, entção se torna muito tedioso.

Livros que eu li na “segunda metade de 2021” que não tinha em lugar algum

  1. Duna (8★★★★★★★★): li em 3 noites para poder assistir o filme que ia lançar. Adorei.

Para mais livros, olher a lista dos meus livros lidos no GoodReads.

modificado em 2022-07-14 porque eu esqueci alguns livros. Na verdade, eu acho que tem ainda mais.

Que Horas Ela Volta? feature
2015.09.12

Que Horas Ela Volta?

Português

Prefiro o título em inglês; Segunda Mãe. Menos forte no ponto de vista do marketing, mas diz mais sobre o que veio. O filme faz uma crítica ao preconceito contra os pobres e imigrantes que se sujeitam a trabalhar na cidade grande, deixando a família para trás (mas com uma grande ferida no peito causada pela enorme saudade). A família rica mal nota a presença da criada e faxineira, se comporta como se fossem os melhores amigos e melhores patrões, mas tudo isso numa máscara de hipocrisia.

Regina Casé, a criada, é bem solitária mas aprendeu a lidar com sua posição no mundo. Não parece sofrer particularmente com isso todo dia. Com seus pequenos luxos, ela vai levando a vida, dia a dia. Cuida do filho dos patrões como se fosse uma mãe. Ela tem enorme carinho por todos, mesmo vivendo numa realidade completamente diferente.

Que horas ela volta 2.jpg

Só com a chegada inesperada da filha é que seus valores com a vida começam a ser questionados. A filha é rebelde e de personalidade forte, crítica com tudo que vê e ouve e bota em cheque o modo em que a mãe vive e trabalha. A doméstica que teve sempre respeito pelos patrões começa a questionar se a filha não está certa e tudo não poderia ser diferente.

Regina Casé mostra que é uma excelente atriz cômica, mesmo em momentos mais dramáticos. Os outros personagens são demasiadamente caricatos, mas passam a mensagem.

Minha Nota: 8★★★★★★★★
Metacritic: 82
Rotten Tomatoes: 97
Bruno MASSA